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LEONARDO MACEIRA |
De que adianta todo
dinheiro do mundo
Diante do sofá vazio,
da saudade de quem partiu
De que adianta todo
poder do mundo
Diante da conversa
amiga que se perdeu
De que adiante toda
popularidade do mundo
Diante das noites em
claro, sozinho num quarto escuro.
Todo mundo sabe que
de nada adianta ter
Se o Ser não tem o
que sustenta
O que realmente
importa
Para ser feliz.
Acontece que a
felicidade jamais é alcançada
Ainda que caminhos
iluminados apontem na direção
Mesmo que haja
momentos de esplendor da comoção
Haverá finitude em
tudo.
E de novo será você
lançado à lona
Nocauteado pelas
brigas que travou
Desequilibrado pelo
engano da pedra em que se apoiou
Sangrado pelos
próprios punhais que tanto afiou.
E, novamente, será
alçado ao lume da questão
Quão felicidade é
possível alcançardes?
Remoto e desiludido
na resposta
Segue cabisbaixo
estrada à fora
Tirando sarro da vida
Pisando no coração
alheio
Travando infindáveis
batalhas
Considerando-se
perspicaz, centrado
Mas, sobretudo, digno
de ter
Nos seus atos
moralmente sinceros
Benção pela boa
pessoa que é
Com obrigação de
continuar, olhar pra traz
E se dizer feliz.