 |
| ALYSSA MONKS
Às vezes penso que devo deixar de pensar
(uma febre, uma dor de cabeça persistentemente tenaz)
Penso as vezes em esquecer
(a doença que sem explicação padece meu corpo)
Mas teima sempre em lembrar
(as maldades que sou, que faço)
Porque inevitável é a sentença
(sentimentos de inveja, egoísmo, ressentimentos)
Exarada nas entranhas do pensamento
(sentimentos humanamente enraizados)
Transitado em julgado: impõe a medida da punição
(todos nós dotados de ética e moral)
Cuja restrição da liberdade interna: é sofrimento
(tenta em vão argumentar a defesa)
Mas também libertação
(numa relação masoquista)
Na medida que autoexecuta satisfeito
(admite a forma de ser)
A medida justa e adequada
(ou passa o resto da vida se enganando)
Pro tamanho da desgraça que cometeu.
(assim não há médico no mundo que encontre
explicação pra tamanha dor que afeta o coração)
|