Em um movimento eterno de rotação
O Planeta gira sem parar
Todo dia, no mesmo horário, a horas passam
O amanhecer, o entardecer, o anoitecer,
Enchem de cor, tom, massa e velocidade aos dias
Que a cada ano, nova e velha vida passa
No ritmo da translação em que o mundo gira...
Num movimento perpétuo nossa visão se alterna
Entre a observação de nós mesmos, dos outros
Da alma inconstante que navega...
Apesar do firme olhar sobre opiniões formadas
De tudo que incisivamente está registrado
O firmamento de todo dia
Averba na matrícula direitos novos
Dos quais desde ontem não se conhecia...
O Planeta, sereno e imparcial, gira
O tempo flui continuamente
Como reflui o pensamento
Na inquieta alma da gente
Que com os pés sobre o solo, gira...
Nossos pensamentos coesos
São sólidos como os pântanos
Da criação de nós mesmos
Abalamo-nos por momentos
Que retornam quando gira o mundo...
Entrementes, d’alma se enraizar
Tentando fixar mente
Num Mundo que gira sem parar.