CASSIUS MARCELLUS COOLIDGE
Olhei
no relógio era 1:30 da manhã. Estava embriagado, mas sentia que podia beber um
pouco mais. A festa estava boa, a noite mal acabara de começar estava eu
preocupado com o dia de amanhã. Deveria acordar cedo, pois um importante
compromisso me aguardava.
Mas
aquela moça em meus braços, nossos beijos apaixonados, sua dança provocante,
nosso desejo sem limites, as luzes, o bom som rolando, a noite que
crescia prometia e não me permitia pensar de outra forma:
-
Sabe de uma coisa. Que se dane! Vou beber até aonde eu quiser. Amanhã dou um
jeito.
A
audiência estava marcada para às 14:00 horas. Era um caso complexo, importante,
envolvia muito dinheiro, mas isto é o que eu, naquele exato momento, tinha para
esbanjar. Uma, duas garrafas de whiskies. Muita cerveja e outros drinques para
as mais belas mulheres que se aconchegavam no ninho de muita diversão e prazer.
Na
pista muita luz colorida piscava. O povo pulava que balançava todo entorno num
ritmo alucinado de alegria.
Fui
dar uma volta para sentir o antro. O ar estava carregado de uma substancia
extasiante, um odor de muitos perfumes que condensados fundiam-se em desejo,
estupor.
Os
cérebros se comunicavam na medida que os corpos se expressavam em euforia donde
meus passos até o banheiro ganhavam espaço e força. Andava firme e seguro de
mim, trocando olhares sensuais com elas que sensualizavam com requinte de
provocação de torturar os ânimos de qualquer bom homem.
Ela
era toda especial no meio da multidão. Dançava com movimentos frenéticos, suas
curvas suaves, seus reflexos ardentes se eternizavam no tempo-espaço,
aconteciam tão rápido numa lenta cadência de movimentos em slow motion.
Tudo
girava em torno da minha cabeça, mas sua figura permanecia lá – eternizada
naquele momento de puro êxtase, era a mulher mais linda que havia avistado
naquela noite e talvez em todas as outras noites de paradas lotadas.
Preciso
muito ir ao banheiro. Me embrenho em meio à multidão abrindo caminho como num
mato fechado que com facão desbravamos a frente. Alcancei o banheiro como um
Bandeirante. A imagem dela não sumia da minha mente, eu precisava daquela
mulher.
Rapidamente
urinei ao mesmo tempo que despejei um pino inteiro no dorso da mão para aspirar
até o último grão.
Troquei
palavras afáveis com o camarada do lado que empolgado dizia estar ao ponto de comer uma mina estupenda...
Boa
sorte irmão! É o que lhe desejei, imaginando minha própria sorte e o quanto
aquela noite seria para mim especial.
Agarrei
a cintura daquela mulher ao tempo que lhe beijava o pescoço, ela graciosamente
receptiva acariciava com suas mãos minha nuca com braços estendidos numa
posição sensual rebolando ao movimento do meu ventre era ideal parecia nada
mais existir a não ser nossos dois corpos mergulhados num estado além do
prazer.
Seu
cheiro, a quentura do seu corpo, a umidade da sua boca, as carícias das suas
mãos, a leveza da sua malícia, a vontade da sua libido era tudo muito gostoso,
era algo que eu queria muito perdurar por toda a eternidade daquele momento.
-
Vamos fugir daqui?! – sussurrei em seu ouvido
-
Vai me sequestrar pra onde ?! – brincou graciosamente
-
Pro Motel..É Claro..- disse incisivamente.
Em
poucos minutos estávamos dentro de uma redonda banheira cercada de translúcidos
e reflexivos espelhos que se espalhavam pelo espaço, pendiam do teto.
Nossos
corpos à mostra refletiam, defletiam, cobiçavam se mostravam ainda mais, em
cada movimento, o corpo belo, excitantemente desejado, agarrado, acariciado. A
transa foi inteira, intensa. Não deixei nenhuma fissura, rasgo ou depressão sem
ser lambida.
Não
houve esconderijos que não pudessem ser alcançados, nem orifícios
impenetráveis, não houve censura, era a liberdade intensa de expressão.
Gozos
gozados tudo acabado, já era de manhã quando parecia ainda flutuarmos a cento e
vinte por hora dentro do carro, caminhando.
-
Vamos parar no Posto e tomar mais uma?! Perguntei
-
Só se for agora – respondeu empolgada como se tivesse o dia começado.
Bebemos
em torno de algo de mais meia dúzia, e cheiramos alguma coisa que restava.
O
Sol nascia num azul, belo, claro dia de nuvens brancas locomovendo-se
preguiçosas pelo ar.
Acelerei
até onde meu coração conseguia chegar, olha que foi uma velocidade grande.
De
repente, um trabalhador qualquer montado na bicicleta cruzou o caminho. O
carro decepou parte do seu braço. Que problemão arrumei, agora terei que
acionar o seguro pagar franquia, ter uma despesa não previsível; o idiota
parecia um louco se jogou diante do carro e arrumou pra minha cabeça.
Todo
aquele transtorno alem de estragar meu dia me trouxe muitos inconvenientes. Perdi a audiência, o
cliente, a Ação e, ainda por cima, tenho pela frente um enfadonho processo por lesão corporal de natureza grave. Tudo por causa de um irresponsável que não sabe andar de bicicleta.
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