EDUARDO BERLINER
Transo
seus olhos
Claros,
que se alternam com o tempo
São
azuis, também verdes
Podem
tornar-se cinzas conforme o tempo
Mas,
sempre guarda a profundidade
Que
jamais se modifica.
No
fundo dos seus olhos
Me
revejo
Vejo
a solidão
Vejo
o perverso caminho da própria opinião
Seus
olhos modificam.
Vejo
o que quero ver
Sentencio
aquilo que vi
Defendeste animalescamente
Retoricas
do que foi enxergado.
Mas, os olhos são necessários,
Lindos,
ferozes, encabulados, infinitos
Apaixonei-me pelos seus profundos
olhos que se otimizam em cores belas matizes
Que
agora agem como oftalmologista.
Seu
olhar único é minha única possibilidade de existir
Amo
seus olhos lindos
Amo
meus próprios olhos
e dos olhos que encontramos
há o desencontro
o olhar que se desvia.
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