KÄTHE KOLLWITZ
Restos
de cera sob vela acesa
Paira chama trêmula que anuncia
A
madrugada mais escura se apresenta
Sobre tímida réstia de luz amarelo fosco que alumia.
Mas
nada é páreo para penumbra que se avoluma
Sombras se mexem, dançam, se escondem
No
breu, pesadelos lúcidos do homem insone
Sua enferma visão se confunde
Não
sabe se enxerga verdadeiros vultos
Que
parecem conspirar, murmurar por detrás da escuridão
Ou
se enxerga dantescas memórias do seu desatino
Em
meio ao silêncio e solidão.
Naquela
noite fria
Lá
fora na soleira da porta
Bate
a chuva que desanuvia
Uma
tímida luz é tudo que resta
Para
lhe conceder coragem
Fechar
os olhos, embarcar na viagem
Conceber
sonhos que iluminarão o próximo dia
Se Deus assim permitir
Pela manhã acordar.
|