Sobre
a mesa bruta, de madeira de lei
Repousam
mãos envelhecidas
Magras
velhas entrelaçadas
Aguardando o giro da moeda que lancei.
Metal
vil que gira sobre o próprio eixo precisamente
Num
rodopio frenético, belo, hipnotizador
Momento
de tanto conforto, parece inutilizar a dor
Em
seu ritmo delirante faz a vida um instante.
E
sobre a mesa será cara ou coroa
A
sorte lançada nas faces da mesma moeda
Que
decidirá o futuro
Que
mudará o mundo
Estabilidade ou instabilidade redundará
Para
tudo aquilo que deliberar-se-á.
A
moeda em seu curso prossegue
Definindo
vidas, relações, história
Em
seu frenético rodopio
Sobre
a mesa carcomida pelo tempo
As
mãos envelhecidas e raquíticas
Pacientemente
aguardando o momento
Para
com a razão viciada do pensamento
Diante
da sorte do vil metal: internamente decidir.