EDUARDO BERLINER
Tempos em que a
vida escorre pelos dedos
Substancial se
amalgama no substrato das redes
Relações meramente
casuais já não criam medos
Melodias repetidas,
sem tons, semitons, decompõem aridezes
Aqui dentro desta antiga capsula
Os mesmos fantasmas
exprimem o desejo
Encontrar a saída, desencilhar-se
desta mágoa
Demoradamente transitar
a vida com sobejo.
Ainda que corram
pelas infovias
Sentimentos tão
desconexos
Aglutinam-se dentro
de cada células vivas
O significado
indecifrável meramente intuído dos nexos.
Assim segue aquela
que corre desenfreada
Numa toada que não se
sabe aonde vai parar
Mas, certamente, carregando
toda experiencia acertada
Para um dia alcançar
aquilo que irá vingar.
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