A DECISÃO É SUA

MONA HATOUM


Considerando o cenário econômico, político e social do Brasil, devemos estar otimistas ou pessimistas?

Minha resposta é: cautelosos.

Claramente vivemos uma polarização política e antagônica, baseada no maniqueísmo entre o bem e o mal. Obviamente que este sentimento quase que irracional tem origem na corrupção jogada no ventilador, cuja face crua e nua foi apresentada para sociedade através da Operação Lava a Jato.

A esquerda no Brasil sempre vendeu a ideia de combate a corrupção, com consequente distribuição de renda aos mais pobres e a implementação de uma política mais igualitária, isonômica.

Em tese, nos anos que se sucederam com a esquerda no Poder, parece que tal milagre econômico e social ocorreu, principalmente na avaliação dos mais pobres. Entretanto, fazendo uma análise menos apaixonada e mais racional, se evidencia a falácia, pois verdadeiro investimento sólido e duradouro em infraestrutura e base econômica simplesmente foram relegadas ao nada.

Na verdade, formou-se durante estes anos, um projeto de perpetuação do Poder, onde os meios utilizados basearam-se na apropriação dos bens públicos, com pagamento de interesses espúrios da casta dominante, concedendo ilusão e falsa alegria à massa.

Estabeleceu-se a teoria do Poder pelo poder, dos fins que justificam os meios, da ânsia em perpetuar o domínio concentrado.

Diante deste quadro, inevitavelmente apareceram as consequências, como recessão, desemprego, violência, desorganização social e institucional.

O Brasil chegou ao fundo do poço, cujos brasileiros desesperados buscam uma corda salvadora para sair do buraco. Nisto aparece um sujeito chamado Jair Bolsonaro.

Este homem de parcas ideias é a promessa de alcançar a Terra Prometida, onde o povo se saciará e desfrutará de anos de benefícios dos quais Deus nos reserva. Foi santificado.

Este homem que não tem a menor ideia do que fazer, menor capacidade e competência de planejamento, engajamento, conhecimento, reuniu na sua pessoa todos os desejos e esperanças do povo brasileiro.

E, em um culto ao Salvador da Pátria fiéis empurram seu estulto líder para combater a encarnação do mal representada pelo Partido dos Trabalhadores.

Ocorre que os sectários não enxergam o enorme engano em que se apoiam, já que este Salvador incompetente e retrogrado não vai corresponder as expectativas. Aí é que a coisa se complica, pois ao deparar-se com a realidade dos fatos, o povo vai se revoltar, mais uma vez.

Infelizmente a situação é grave, uma vez que de um lado temos um partido organizado para implementar uma perpetuação no Poder através de todos os meios lícitos e ilícitos.

Do outro lado, temos um idiota canonizado depositário da esperança brasileira.

A decisão é sua.