FAYÇAL BAGHRICHE
Existem
dois tipos de ser humano no Planeta: os
competentes e os incompetentes.
Os
competentes são aqueles que possuem um mínimo razoável de pensamento e
avaliação próprias, cujo aprendizado originado do coletivo, não satisfeito, e,
querendo acrescentar maiores elementos, ousa ultrapassar o consenso normal para
adquirir um senso individual.
Os
incompetentes são aqueles que no máximo da razoabilidade de todos os
pensamentos pinça uma própria avaliação meramente coletiva, cujo aprendizado
originado da maioria, satisfaz-se plenamente, acrescentando elementos do senso
individual nos limites do consenso normal.
É
apenas um ponto de vista. Cada qual na exata medida energética da própria existência.
Isso
funciona bem quando aplicamos dentro de uma teoria cosmológica, onde as forças
contrárias são essenciais para coesão perfeita da força gravitacional, das
grandes distâncias, do espaço infinito.
Mas,
quando observamos mais de perto, num sentido prosaico, mais interno, percebemos
que estas forças se desorganizam na medida da confusa e incerta teoria quântica
das pequenas proximidades.
Bem,
parecem duas teorias que não se coadunam, em verdade visivelmente são
contrárias: causa de toda oposição.
Procura-se,
atualmente, a unificação destes dois pensamentos, mas, cada dia que se tenta isto,
a oposição aumenta, porque o choque inevitável entre o que existe como macro é
diametralmente poderoso daquilo que existe como micro.
O
desejo e entendimento individual, jamais se conciliará com o desejo e
entendimento coletivo, a não ser pelos imperativos categóricos ensinados por
Immanuel Kant.
Entretanto,
estamos num movimento e questionamento num pêndulo eternamente oscilante quanto
aos imperativos categóricos, os quais, ao longo dos tempos, movimentam-se
vagarosamente no espaço.
Nestes
bilhões de anos passados, houve uma deformação no espaço o que necessariamente
causa a transformação no tempo.
Os
tempos são outros porque o espaço é outro.
A
distorção que ocorre no horizonte de eventos é a mesma distorção que ocorre na
particularidade individual de cada um, pois, estamos no movimento em direção a
sucção do buraco negro central do Universo, que, apesar de bilhões de anos luz produz
seus efeitos na condição da Via Láctea, de maneira atenuada proporcional as micropartículas
distantes do centro.
Entretanto,
cada vez que o Universo avança em seu tempo, em direção ao horizonte, na medida
da existência do evento, percebemos a alteração, ainda que suave, do tempo.
O
conhecimento está dentro, percebemos nosso próprio caminho em direção a algo
minimamente conhecido, apenas as forças que amplamente são visíveis.
A
cosmologia e física quântica são faces de uma mesma moeda, porém aparentemente dicotômicas,
óleo e água, porque a racionalidade conhece muito de perto o quântico,
percebendo o cosmo, tornando o entendimento conclusivamente incompleto.
Não
porque o mistério seja grande, mas porque a observação é restrita.
Então,
a ciência está certa: difícil conciliar a percepção da nossa sociedade com a
realidade do que existe.
Enquanto
isso não for solucionado, e penso que talvez nunca será, o ser humano em micro sociedade
continuará viver a vida que sempre viveu.
Sorria,
porque ainda que nada seja explicado, a vida é uma dádiva.
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