ADRIANA VAREJÃO
Porque
a música é outra.
Porque
são outros os tempos.
Porque
o sentido, apresar do mesmo,
São
outros,
São
novas manhas, dias que florescem de outros jeitos.
São
manhãs de agora, desse jeito,
Onde
o Sol quente brilha
Quando
pudéssemos anteceder o apocalipse
Olhando
o céu, abisma, não compreender o por vir.
Uma
coisa é certa: aqui se faz, aqui se paga.
Porque
a música persiste, apesar de vibrar diferente
Porque
os tempos não mudam a melodia
No
máximo, alteram uma métrica, mera sintonia.
Mas,
agudos, graves, são todos sons que penetrarão.
Será
então a manhã do ano novo?
Ou
será a manhã de todos os dias do ano que nunca acaba?
Será
o resquício de vida que sopra em meus ouvidos,
A
esperança amorfa dos desejos,
Ou
será a fé de que tudo acabou,
E
como tudo acaba, recomeçará.
Será
a força dos ciclos que tudo investe,
Será
os ciclos que legitimam os investimentos
Será
a crença no ciclo a força inevitável
Será
a força inevitável do ciclo?
Pouco
importa quando a alma aflorada exige
Cobra
dessa coisa que chamamos de existência
Uma
verdade e solução.
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