LABIRINTO DE ESPELHOS

MARCELO GRECO

Corro por quartos vazios a procura de você
Abro e fecho as portas
Como fecho e abro meus olhos
Estão todas lá
As camas arrumadas e vazias
O lençol sem usar, os travesseiros intactos.

Pelos corredores estreitos desta casa
Corro desenfreado com lagrimas nos olhos
Estou em busca da sua voz
Que não mais ecoa
Ouço apenas meus passos apressados
Correndo desenfreado.

Onde está a saída?
Cadê a porta da frente onde eu possa sair e respirar
Aqui dentro o ar está tão pesado
Que mal posso correr sem me cansar.

Mas são tantas portas que me confundem a cabeça
Parece um labirinto sem fim
Donde jamais encontrarei a saída.

São quartos, muitos quartos
Cada qual com sua impressionável face
Os detalhes que são tão familiares
Alguns indignos de me sentir feliz
Outros tantos deslumbrantes...
Mas não quero em nenhum entrar
Não quero ficar, quero correr
Correr para algum outro lugar
Uma porta que me traga a luz solar
O ar para respirar e poder dizer:
Sim, sim,,,é aqui que quero deitar
Ver o céu, sentir a grama, o cheiro fresco
Suas mãos repousando suavemente em meu peito.