DIA EM QUE COLOCO A CORDA EM VOLTA DO PESCOÇO E CHUTO O BANQUINHO.

O que sou permeia alguma coisa nas poucas pessoas permeáveis, porque a maioria impermeável passa com sua própria drenagem.

São tantas formas de escrúpulos, quem nem sei quem deve estar certo, para escolher o rumo imaculado na estrada de buracos.

São todas as formas de sofrimento que pinçamos alguma como a retidão do pensamento.

Somos a expectativa do incerto futuro que acreditamos existir salvação.

São conceitos tão presentes, que diante disso, estamos de joelhos esperando o milagre da boa consciência.

O dia que os Homens entenderem a solução do mundo, entenderão o significado da vida, a existência e seu sentido, entenderão TUDO.

Será o dia em que alcançaremos felizes à vida por sobrepor todas as diferenças, regimentar consciências a favor de estabelecer uma única ideia; amortizar os dissidentes; apaziguar os resistentes; abrir a cabeça e implantar bem lá dentro a melhor forma de viver.

Será o dia em que as pessoas serão todas iguais; será o dia em que cada vida não valerá a pena, a não ser pelo próximo...instante.

Serão dias em que toda condição humana será resumida, naquilo que...

Será o apocalipse....

Mas, todo final recomeça....

Recomeçará donde se partiu. O novo começo terá a vida das soluções perdidas, terá os conceitos desprezados, terá abruptamente revelado a ignorância.

Terá os fatos do passado doído no presente, o sentimento incongruente, que não fará sentido, mas a vida seguirá seu curso.

Então se perceberá que a existência não existe, apenas ideias construídas no vazio da insignificância, que por serem tão reais e cheias de conteúdo parecem explicar o presente, passado e futuro.

Quando nada faz sentido....

A não ser isso.

EGON SCHIELE