ILOGICAMENTE

 



As estradas que sempre se cruzavam,

Não existem mais,

Foram transformadas em passarelas,

Não mais necessárias.

 

E o caminho que aqui então

Até agora percorri

Deixei pra traz

Com a saudade de quem

Não lembra mais.

 

O passado esvaído, se dissolve

Em presentes conflitos

Que esqueço a cada passo do caminho.

 

Sua voz não mais surge no meu interior

Como sempre foi

Surge agora como um rugido

Da presa fugido, do leão que desistiu

Deitou e deixou...

A fome lhe apaziguar

Na fúria implacável de uma hora se alimentar.

 

Defronte o muro tão sólido,

Adiante um espaço tão longo

Diante de um infinito

Raciocinado como eterno,

Indefeso sobre os conceitos

Preso sobre a lapide de um benfeitor

Se liberta no grito e na dor.

 

De quem um dia achou que poderia

Desvendar a estrada

Que não tem começo

Nem fim...