SÓ ACREDITO, VENDO

 



Já foram chamados de ecochatos, apocalípticos, extremistas, lunáticos, sensacionalistas.

A primeira importante reunião sobre o tema no Brasil ocorreu no Rio de Janeiro, em 1992, e ficou conhecida como ECO-92, Cúpula da Terra ou Cimeira do Verão.

Diversas autoridades de vários países do mundo se reuniram para discutir biodiversidade, mudanças climáticas, entre outros temas relevantes, com objetivo de resultar em tratados e acordos internacionais.

Aqueles pejorativamente apelidados com os adjetivos citados eram ambientalistas da maior seriedade — biólogos e cientistas ambientais que dedicaram anos de estudos e evidências para criar modelos de um futuro não tão distante.

Ocorre que, por um lado, poderes econômicos ao redor do mundo preferiram ignorar o assunto, descumprir acordos e tratados em prol da exploração e do "sagrado dinheiro".

Por outro lado, a população, ávida pelo consumo desenfreado de bens desnecessários e hipnotizada pela promessa de felicidade oferecida pelos produtos anunciados, desacreditou no discurso ambientalista, duvidando que o ser humano pudesse causar tanto desequilíbrio à natureza.

Pois bem, as consequências hoje são visíveis a todos.

A índole humana, infelizmente, tende a descartar a realidade em favor de seu egoísmo, preferindo justificar suas ações sob a ótica de uma razão pessoal.

Paralelamente a essa descrença suicida — onde, até hoje, muitos ainda duvidam da interferência humana no desequilíbrio ambiental — vemos a crescente polarização da humanidade. A batalha entre o homem contra o próprio homem se impõe de forma cada vez mais acirrada.

Embora haja tantos discursos libertários e humanitários, “protocolos justos” e conceitos cientificamente adequados, muitas vezes essas palavras e terminologias ideais não passam de um reflexo da grande angústia e medo da morte.

É o homem, perdido na busca da "perfeição", que se depara, no entanto, com o desencontro inevitável de suas crenças diante da insofismável natureza incognoscível.

O fato é que nesta nossa realidade as ações humanas vão resultar na extinção do homo sapiens da face do planeta Terra, por força da própria natureza tão negligenciada e menosprezada.